segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Segurança com eletricidade - Intro


O primeiro passo em prol da segurança contra a eletrocussão consiste em superar o mito de que os circuitos comuns de 110 volts são seguros. Eles não só podem facilmente matar, como matam de fato mais pessoas do que os circuitos de 200 e 440 volts. O mito persiste porque muita gente já sofreu um choque de 110 volts sem grandes danos. Isso acontece porque algumas pessoas resistem mais a eletrocussão do que outras, e porque o fator de maior importância reside no conjunto de condições que envolvem o acidente, como locais úmidos ou molhados, o nível de transpiração do corpo, o ponto de contato com a energia e a presença de ferimentos na pele.

A maior conseqüência da manipulação errada da energia elétrica é o choque. O choque elétrico é o efeito resultante da passagem da corrente elétrica através do corpo. Ele pode ocorrer por contato direto de pessoas ou animais com partes vivas sob tensão, ou por contato indireto com massas que ficaram sob tensão devido a uma falha de isolamento da energia.

Para a manipulação segura de energia elétrica algumas medidas de prevenção precisam ser adotadas com a finalidade de evitar acidentes que podem ser fatais. Devem-se utilizar métodos e dispositivos, de desligamento do circuito elétrico, de limitação da corrente elétrica que possa vir a atravessar o corpo humano e de impedir o acesso às partes energizadas.

Os fenômenos críticos decorrentes da passagem da corrente elétrica pelo corpo são a tetanização, a parada respiratória, a fibrilação ventricular e queimaduras. Tetanização é uma rígida paralisação muscular provocada pela circulação de corrente elétrica pelos tecidos nervosos que controlam os músculos. Neste caso, a corrente elétrica anula os impulsos mentais podendo bloquear apenas um membro ou o corpo inteiro. A corrente contínua tende a produzir uma grande contração que freqüentemente atira a vítima longe da fonte. A corrente alternada é ainda mais perigosa que a corrente contínua de mesma intensidade, pois pode causar contrações tetânicas que impedem a liberação da pessoa da fonte elétrica e prolonga a exposição à corrente elétrica, causando um dano maior.

A parada respiratória ocorre quando os músculos peitorais estão envolvidos na tetanização, os pulmões são bloqueados e a função vital de respiração pára. Esta é uma situação de emergência. A corrente elétrica passa pelo cérebro inibindo o centro respiratório e fazendo contrações tetânicas no diafragma e na musculatura do toráx.

A fibrilação ventricular ocorre quando a corrente atinge diretamente o coração e perturba o seu funcionamento regular, fazendo-o vibrar desordenadamente. A situação é de extrema emergência porque isso cessará o fluxo de sangue no corpo. A fibrilação ventricular é um fenômeno que se mantém mesmo após a liberação do contato com a fonte de energia e só poderá ser anulada mediante o emprego de um desfibrilador.

As queimaduras acontecem por causa do calor gerado pela passagem da corrente elétrica pelo corpo humano, na medida em que ela atravessa os tecidos. Estas queimaduras normalmente são profundas, de cura difícil e dolorosa, podendo causar a morte. Como os demais tipos de queimaduras, elas também se classificam em 1º, 2º e 3º graus.

Vejamos o efeito da eletrocussão em alta tensão neste vídeo filmado na India, onde um homem insensato resolve andar sobre um trem, próximo à linha de alta tensão.

Os principais fatores que determinam a gravidade de uma acidente elétrico são o tipo de corrente elétrica (Alternada ou contínua), a intensidade da corrente elétrica, o trajeto da corrente elétrica pelo corpo humano, a resistência elétrica oferecida pelo corpo e a duração do contato com a fonte energizada. Abaixo podemos ver um gráfico com os efeitos da corrente alternada sobre o organismo humano.

A pele humana até oferece uma boa resistência elétrica, mas a umidade reduz muito a sua resistência e aumenta a gravidade do choque elétrico. Os ossos e a pele oferecem maior resistência à passagem da corrente elétrica do que os músculos, nervos e vasos sangüíneos, justamente pela presença de fluídos que reduzem a resistência.

Ao se deparar com uma pessoa eletrocutada, deve-se inicialmente procurar cortar a tensão antes de socorrer a pessoa. Na impossibilidade, deve-se eliminar o contato do eletrocutado com a fonte de energia sem manter contato direto com o mesmo. Para isso, deve-se utilizar luvas isolantes, varas, ganchos, etc. Após afastar a vítima da fonte de eletrocução, deve-se iniciar as atividades de emergência prestando os primeiros socorros.

Segue então algumas dicas de prevenção para execução de serviços envolvendo eletricidade:
- Trabalhe com a energia desligada, sempre que possível. Desligue o circuito da instalação no qual se vai trabalhar e isole todas as possíveis fontes de tensão verificando a seguir a ausência de tensão em todos os elementos ativos da zona de trabalho. É aconselhável fazer um aterramento provisório e proteger o local de trabalho caso exista a possibilidade de contato com outras fontes energizadas. Em locais públicos ou com possível presença de pessoas não aurotizadas, deve-se fazer um sinalização de segurança para delimitar os limites de acesso.
- Ao manusear eletricidade, trabalhe sobre um tapete de borracha e utilize equipamento de proteção individual como botinas e luvas com material isolante, óculos de segurança ou protetor facial e uma roupa de proteção.
- Não realize trabalhos em condições climáticas adversas (chuva, relâmpagos, etc.).
- Não manipule eletricidade portando objetos metálicos (anéis, cordões, celulares, etc.).
- Lembre-se! A sua segurança depende, antes de tudo, de você!

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